Eu nem havia percebido, mas existe amor em mim. Olho bem aqui ao lado, Davi brincando, olho pra cima, João sorrindo na foto, mais um pouquinho, outra foto: meus filhos, ainda pequenos, sorrindo, também. Isso é amor. Muitas lembranças, isso é amor.
Sempre me protegi do amor. Não queria sofrer. Grande bobagem. O que é a vida sem um "cadinho" de sofrimento? Achava que, amando, estaria vulnerável e, consequentemente, quando esse amor acabasse, sofreria, sentiria muitas dores e me desesperaria e despencaria e, pior, estaria disponível para outros amores, tão sofríveis quanto. Choraria, lógico, não sou de ferro.
Moral da história: não há moral. Sofri. Chorei, muito. Mas não despenquei. Aguentei calada, mesmo triste, às vezes, me fazia de forte. E (quase) ninguem nunca soube. E ninguem me consolou. Não recebi abraços confortadores, nem palavras amigas, do tipo não fique assim, vai passar, estou aqui pra te ajudar, pode contar comigo, chora que é bom, desabafa. E, levando em consideração que nunca fui sozinha, tenho família e amigos, muito presentes, não há desculpas. Só arrependimento. Me coloquei numa redoma e o tempo passou.
Estou mudando. Antes tarde do que nunca! Ainda não choro em público, morro de vergonha. Choro no banho, que a água leva tudo. Fico triste e me calo. Desabafo no carro, entre idas e vindas. Até canto de tristeza...
E o amor tão grande que sinto pelos meus...não doi, nem incomoda, me completa, me anima. Ainda preciso contar isso a eles. Que é verdade, sim, há amor em mim, muito. E quero compartilhar, mesmo quando o coração aperta e parece que doi.
Será que saberão? Mesmo que eu não diga? Que estou tentando falar de amor?
Espero, sinceramente, poder fazê-los acreditar...
Obrigada
Elaine, parabéns pelo blog, maravilhoso. Parabéns para você, sempre tão solícita, ajudando, dando dicas, aconselhando...